terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Pobre

Sinto-me privilegiada todos os dias.

Posso acordar de madrugada, vir trabalhar e ainda tenho um amplo aquário – menor do que a casa do peixe Beta que eu tinha. Daqui eu tenho uma visão quase panorâmica dos acontecimentos diários...

O melhor de tudo é que, como em qualquer empresa que se preze, as divisórias têm cerca de dois metros de altura – ou seja, captam todos os sons do universo.

Dia desses uma estagiária caiu de pára-quedas no setor ao lado do meu aquário. Já fui dessa laia e sei qual é – devemos chegar de mansinho e ir mostrando serviço de qualidade e o comportamento discreto.

Mas, ela não sabe qual é. A querida trabalha direitinho, é bem legal e grita – e como grita! Ela tem um tom de voz que dói nas minhas orelhas-de-abano.

Coitada né! Além de ser estagiária e supervisionada pelo meu aquário, deve ser péssimo ter problemas de cordas vocais esganiçadas...

Pobre estagiária... e pobre dos meus ouvidos...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Bom humor

Ontem, enquanto apresentava mais uma eliminação do BBB, o Bial disse para os participantes que pagaram o mico da semana vestidos de negas-malucas que era fundamental manter o bom humor.

Eu sou super a favor do bom humor. Quem me conhece sabe – sou do bem, positiva, rio de tudo, me divirto sempre, sou prestativa, acordo relax e até assisto BBB.

Mas, tem uma coisa que me deixa muito invocada. Chego a beirar o mau humor.

Visualiza comigo... Eu, meu aquário e um expediente que inicia enquanto o mundo dorme – praticamente à noite; no inverno, certamente à noite.

Regra básica: não dormiu comigo me dê bom-dia!

Trabalhar cedo desse jeito já é o fim. Pior é ter colegas que invadem a sala falando aos berros sobre coisas que deveriam vir após um suave e simpático bom-dia, dito em um tom ameno, obviamente.

Alouuuuuu, neste caso, mau não é o humor, má é a educação.

Minha cama é de solteiro – portanto, bom-dia a todos...
Tenho orelhas-de-abano – então, não gritem comigo...

E viva o bom humor, né Bial...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Bicho-grilo

Olhar pela janela e ver a mesma paisagem todos os dias a faz pensar que a vida é igual.

Mas, ela sabe que a paisagem cinza traz consigo o prenúncio de uma desgraça...

Ainda pior que o cinza é o cenário azul, que a faz virar bicho – presa na gaiola...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Reticências


Ela nunca pôde esquecer aquele perfume e o cheiro do chiclete de menta que ele mascava todos os dias...
Aquele aroma ficou tão impregnado em sua vida, quanto a mágoa que ela carrega na alma...

Ele mascava o coração dela – todos os dias...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Carnavais no chinelo

Que me perdoem todos os outros Carnavais, mas festa como a que fizemos Sapucaí nenhuma poderá superar.

Eu já previa que seria perfeita, que suplantaria as anteriores, que seria divertidíssima, que beberíamos muito, que comeríamos coisas deliciosas – mas não em tamanha quantidade, confesso. Enfim, já sabia que valeria cada quilômetro feito para cruzar várias cidades até chegar lá...

Foi perfeitamente bizarro.

Passada uma semana tenho pra dizer que fritas e cerveja é o que há, Carnaval com chuva é tudo de bom, travestis são sempre bem-vindos na nossa mesa, dar cervejas de brinde aos clientes é tática para fechar bares, fazer contas não serve para profissionais de comunicação – definitivamente, até o soluço tem solução, dançar quase sem música é tão divertido quanto estourar os tímpanos nessas festas que não rolam em garagem, Xis feito em casa é o melhor de todos, ensacar a cabeça é o maior barato, cada um vomita quando tem vontade...

Afinal, chega uma hora que até Bonanza vira cerveja...

Ano que vem quero um Carnaval melhor que esse!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Encontro do Conselho


Não é Páscoa, nem Finados e muito menos Natal; mas, ainda assim, iremos nos reunir neste sábado. Não vamos comemorar nenhum feriado religioso, quase todos comicamente trágicos, como ano passado.

Abriremos a temporada de raros e sempre divertidos encontros do Conselho às vesperas do Carnaval.

Já está tudo organizado para o encontro. Batatinhas, cerveja, xis e uma madrugada inteira para conversar e dar as gargalhadas mais gostosas do ano.

Por via das dúvidas, já acendi uma vela para que os pêssegos vinguem, as pedras não caiam do céu com a chuva, vendavais não destruam casas e o carro me leve até Bento Gonçalves.

Também escondi todas as bolas para que estes jornalistas sedentários não resolvam jogar futebol.