quinta-feira, 17 de abril de 2008

Por entre a porta

Ontem, ia para o meu treino de Taekwondo, quando passei por um ginásio de esportes onde pessoas jogavam vôlei e uma voz conhecida gritava ordens...

Por entre a porta, vi o meu professor de Educação Física, que também foi meu técnico de vôlei durante muitos anos. Pareceu-me com a mesma paixão que sempre teve por aquele esporte, os gritos tinham o mesmo incentivo que no passado – e a mesma brabeza também, e o jeito das meninas era igual ao meu time – na época.

Foi com saudade e alegria que lembrei de todas as tardes que fiquei no ginásio, treinando por algo que sabia ter um ponto final. Recordei das meninas do time, das viagens feitas para jogar, das torcidas, dos jingles, dos alojamentos, lembrei de tudo – inclusive da minha apreensão quando, raramente, o treinador gritava meu nome para assumir uma posição em quadra.

Sempre soube que não seria uma atleta do vôlei, mas nunca acreditei nisso. Treinava como se buscasse um sonho, ainda que ficasse no banco. Tinha certeza de que sem a minha torcida, sem o meu incentivo, sem eu carregando bolas e a água das meninas o time não seria o mesmo. Eu sempre tive a minha importância no time, mesmo que fora de quadra.

Talvez meu treinador tenha se frustrado algumas vezes com meu desempenho. Mas, ele nunca me disse isso, aliás, ele sempre pareceu acreditar que eu conseguiria ter um passe bom, atacar com precisão e sacar com força...

Ele não me transformou em uma atleta do vôlei.
Mas hoje eu sei vencer, mesmo que seja nos bastidores...

Um comentário:

Rochele disse...

Que texto lindo.
Eu não sou uma pessoa esportista como você. Mas acredito que pessoas que praticam, mesmo que seja a pelada no final de semana, aprendem a lidar melhor com problemas e com a vida em geral.